O livro “Poiesis e Alquimia feministas: entretecendo porvires epistemológicos” foi gestado e parido como resposta ativa ao

cenário pandêmico. Diante das desigualdades de todos os tipos que foram radicalizadas pela pandemia da COVID-19, tornou-se imperativo formar uma rede de produção e partilha de conhecimentos que extrapolasse o confinamento que nos foi

imposto, fustigando nossa potência de produção acadêmica e experiência intelectual no espaço profissional. Reivindicamos na obra a experiência da mulheridade, de ser-mulheres em sua diversidade, como lugar de conhecimento singular, outremizado, que tem produzido saberes que foram silenciados, mas que seguem resistindo ao longo do patriarcado

capitalista e colonial e que buscam articular-se com outras epistemologias subalternas. Nas palavras de Audre Lorde: “Os

patriarcas brancos nos disseram: ‘penso, logo, existo’ (2019, p. 48). Mulheridade, tal como tem sido amplamente debatido

pela epistemologia feminista negra, não corresponde a uma condição ontológica imutável e universal; ao contrário, é uma

forma de ser histórico-social, ancorada em matrizes de opressão que constroem corpos e subjetividades feminilizadas.